Construindo o amanhã - Parte 2
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A programação 4D ajuda os gerentes de projeto a identificar — e evitar — problemas que possam causar lesões, lentidão e retrabalho. A modelagem de informações de construção (BIM) em 4D informações de cronograma e de obtenção de recursos a um vídeo em time-lapse do modelo 3D do projeto em construção. Isso ajuda as equipes de projeto a identificar potenciais conflitos, disse Steve Moore, PMP, PMI-SP, gerente da divisão de programação, Robins & Morton, Birmingham, Alabama, EUA. “Um cronograma convencional pode ficar muito difícil de entender quando se tem 100 páginas de um monte de barras”, disse ele. “Mas quando é visto em formato de vídeo, tudo vem junto, e podem-se ver conflitos que de outro modo não seria possível ver”. Por exemplo, os gerentes de projeto podem ver quando tarefas que exijam o uso de guindastes estão programadas para acontecer muito perto uma da outra, o que pode levar a acidentes ou atrasos. Quando esse tipo de preocupação é identificado seis meses antes de se tornar um problema, a equipe pode evitar ter de se afobar para encontrar uma solução no último minuto. “Se você não pegar essas coisas até imediatamente antes de acontecerem, custa muito mais dinheiro para superá-las”, disse Steve. A Robins & Morton está BIM 4D em um projeto de três anos de reforma de um hospital, lançado em agosto em Galveston, Texas, EUA. A equipe é responsável pela remoção e substituição do exterior do prédio. A pegadinha? Precisa manter o hospital aberto e ativo durante todo o processo. O cronograma 4D permitiu a Steve Moore e à sua equipe mostrar ao cliente quando estarão sendo demolidas ou reerguidas as passarelas de pedestres e comunicar exatamente como e quando os pontos de contato e as entradas de pacientes vão mudar ao longo de todo o cronograma do projeto. “O cronograma pode mostrar como vamos permitir que as pessoas entrem e saiam do edifício em pontos diferentes, como vamos manter as pessoas seguras e como vamos fazer tudo direito com todas aquelas peças móveis”, disse ele. Steve também está usando a 4D em um projeto de centro de convenções em andamento em Miami, Flórida, EUA, onde a empresa dele serve como subempreiteira encarregada do trabalho concreto. Um cronograma 4D permitiu a Steve comunicar claramente as preocupações da linha de tempo ao empreiteiro geral do projeto. “Podemos mostrar: ‘Isto é o que vocês estão pedindo de nós, e aqui está por que isso não é viável’”, disse ele. “Ele nos ajudou a melhorar e a entrar em acordo sobre o cronograma de forma colaborativa.
“A internet das coisas vai ajudar o roteamento eficiente de componentes e entregas, evitando atrasos por congestionamento de tráfego e condições meteorológicas”, disse ele. “Vai apoiar o controle de estoque inteligente”. A proliferação de sensores inteligentes em edifícios existentes também pode ajudar a otimizar o design, disse Enda Casey. “Se você tiver dados de um bloco de escritório em funcionamento, pode dá-los ao seu designer”, explicou ele. “Você pode descobrir, por exemplo, que nem todas as mesas estão em uso. Pode usar esses dados para descobrir como tornar o edifício mais eficiente”.
Em transição
Um gerente de projetos fala sobre tecnologia no setor de construção da China.
A adoção de tecnologia não vem sendo uniforme em todo o mundo. Enquanto muitas grandes empresas de engenharia e construção na Europa e América do Norte integraram algum tipo de software de modelagem de informações de construção (BIM), outras regiões estão sendo mais lentas para embarcar. Na China, as organizações na China estão apenas começando a mudar para a BIM, disse Chris Tian, PMP, gerente de projetos, EC Harris, Xangai, China. Ele compartilhou as suas ideias sobre o que vem a seguir no setor da construção civil do país.
Como a tecnologia muda a maneira como os projetos são executados na China?
Em toda a China, vemos agora a possibilidade de adotar a BIM para melhorar o desempenho. Este é um conceito muito novo. Na China, ainda não houve nenhum projeto usando BIM do desenho à manutenção. As pessoas estão falando sobre isso, mas a ferramenta ainda não está generalizada nem totalmente integrada. No entanto, o governo chinês está incentivando fortemente a aplicação de BIM. A BIM pode aumentar o lucro das empreiteiras de 5 a 10%.
Como a BIM ajuda a aumentar os lucros de uma empreiteira?
Você pode controlar melhor o projeto. Por exemplo, a BIM ajuda a controlar o fluxo de caixa porque diz quando adquirir materiais e em que quantidade. Ajuda a acelerar a construção e a reduzir os resíduos durante a construção.
O que precisa acontecer para aumentar a adoção da BIM na China?
Primeiro, os clientes precisam reconhecer que essa nova tecnologia também vai beneficiá-los, e estar dispostos a pagar mais pelo serviço. Em segundo lugar, precisamos de profissionais que sejam capazes de aplicar a BIM no gerenciamento de projetos. A transição levará outros cinco a 10 anos.
ENFRENTANDO O DESCONHECIDO
As inovações tecnológicas podem levar a melhorias significativas de desempenho — se as organizações tiverem as pessoas certas para implementá-las. E este é um ponto de atrito para as empresas de construção e engenharia. Por exemplo, muitos entrevistados na pesquisa da KPMG acham que não têm competência para implementar e extrair uma visão útil do dilúvio de dados que as redes inteligentes entregam, disse Colin Cagney. “Muitas vezes é difícil de quantificar os impactos positivos sobre o desempenho em relação aos custos e riscos mais claros”, disse ele. “Isso torna difícil desenvolver uma decisão de ROI bem embasada”. Esta preocupação é aguda para empresas menores que operam com uma margem apertada, disse Enda Casey. Quando a empresa dele adotou um software de modelagem 3D, por exemplo, os líderes ficaram preocupados com que a tecnologia pudesse virar um desperdício de tempo. “Se o nosso pessoal não está em comissão, não estamos gerando receitas”, disse ele. “Assim, como podemos mudar o nosso negócio?” A resposta do LBA foi pedir a Enda para servir como usuário precoce — e ver se conseguia encontrar uma maneira de utilizar eficazmente a BIM nos negócios. Começou por criar modelos 3D simples no escritório onde os colegas podiam ver o seu avanço. “Quando consegui descobrir como usar a tecnologia, foi um momento iluminação”, disse ele. “Todos os que tinham estado de olho em mim viram como eu estava adotando a tecnologia 3D ao nosso trabalho. As pessoas começaram a ver aquilo e a ficar animadas”. Sem adesão e total compromisso com a nova tecnologia, as inovações não conseguem melhorar a entrega de projetos. Por isso, os líderes de projeto precisam mostrar como as ferramentas tornarão o trabalho do pessoal mais fácil — não mais difícil, disse Nirbhik Sengupta. “A maior resistência vem do próprio pessoal, que tenta defender a forma existente de fazer o trabalho”, disse ele. “Mas após o primeiro uso — se a tecnologia for realmente útil — todos se habituam”.
CONTROLAR E CONQUISTAR
Os projetos de construção estão ficando maiores e mais complexos em escala, o que aumenta o risco de adotar novas tecnologias. Mas em vez de aferrar-se ao status quo, os responsáveis por projetos de ponta estão otimizando processos e controles de gerenciamento de projetos para tornar mais eficazes as implementações de novas tecnologias, segundo a KPMG. “Quando houver controles internos fortes em operação”, disse Colin Cagney, “certifique-se de que os seus sistemas estão relacionados por conexão direta ou pelo menos com formatos de dados em comum”. Um treinamento formal e informal também pode garantir que a tecnologia seja adotada uniformemente em toda a organização. Enda Casey disse que após a fase inicial de testes da BIM 3D, que levou quase seis meses, a LBA pôde criar um programa de treinamento que atualizou os membros da equipe de projeto em cerca de três dias. “Também postamos parte do nosso conhecimento no nosso sistema compartilhado para que as pessoas pudessem acessar, por exemplo, modelos padrão”, disse ele. “Assim elas não precisaram reinventar a roda”. Embora não haja nenhuma garantia de que lançar uma nova tecnologia produza melhores resultados de projeto, esperar que outras empresas fracassem primeiro tem os seus próprios perigos, disse Steve Moore. “Há o risco de ficar atrás da concorrência, de perder barco, de perder a sua reputação no mercado como empresa inovadora”.
Autor: Revista PMI Network, Edição Abril 2017, Volume 31, Número 4.