Gerentes de projetos são os melhores líderes
Vivemos na era da “revolução digital”, em que a mudança constante tornou-se a norma. Os modelos de negócios são derrubados, e a forma como trabalhamos está em mutação constante. São nesses momentos que as pessoas se voltam para outros em busca de direção e orientação; e líderes, que inspiram os outros a um objetivo comum, estão sendo muito procurados.
Líder vs. Gerente
Um líder eficaz é capaz de construir uma equipe forte, inspirando-os e motivando-os a trabalhar em prol de um objetivo comum. Um gerente, no entanto, concentra-se em coordenar os esforços individuais das pessoas, a fim de cumprir metas e objetivos. Os líderes tendem a criar algo novo (transformação), enquanto que os gerentes tendem o coordenar as coisas que já existem (transacional).
Qualidades da Liderança
Tanto os gerentes de projeto quanto os gerentes funcionais têm que direcionar os esforços de trabalho de um número de subordinados. No entanto, apenas alguns deles se tornam verdadeiros líderes inspiradores, enquanto outros ficam presos no papel de um gerente, simplesmente coordenando as tarefas de seus funcionários. Por que isso acontece?
Primeiro, existem forças e fraquezas individuais, bem como a vontade de aprender, o que é diferente de pessoa para pessoa. Em segundo lugar, e mais importante, o ambiente no qual uma pessoa está trabalhando é o motivador mais importante para o desenvolvimento de habilidades de liderança.
Gerentes de Projeto de projetos de grande porte, multifuncionais, têm de enfrentar um grande número de stakeholders com interesses diferentes e muitas vezes conflitantes que fazem grandes exigências sobre suas habilidades de pensamento e alinhamento político. Na maioria das vezes eles têm de operar em um ambiente de matriz onde os recursos do projeto permanecem em sua função de linha; ainda são designados para trabalhar na atribuição projeto específico ao lado de suas responsabilidades em curso. Isto exige uma boa quantidade de habilidades motivacionais para mobilizar esses recursos e levá-los a entregar resultados sem ser o gerente direto deles.
O trabalho de projeto, embora siga processos padrão desde o início até o encerramento, é por natureza diversificado – cada novo projeto representa um desafio único e proporciona mais oportunidades para trabalhar com diferentes pessoas de diferentes culturas e estilos diferentes, colocando as habilidades de liderança em um teste constante.
Em um ambiente funcional, os gerentes têm a responsabilidade permanente de direcionar as pessoas e os recursos dentro de um departamento para atender aos objetivos empresariais e financeiros. Departamentos funcionais, tais como o departamento de finanças, exigem uma boa quantidade de conhecimentos especializados e recursos muito capazes nesse campo específico. O trabalho de linha na organização envolve uma grande quantidade de responsabilidade e pode ser uma tarefa desafiadora alcançar os objetivos da função em caso de colisão de interesses em unidades organizacionais que se opõem. No entanto, as atividades da função de linha tendem a serem processos conduzidos e repetitivos por natureza e podem ser consideradas, portanto, como mais “estáveis” do que o ambiente do projeto.
Conclusão
Embora ambos os ambientes exijam líderes capazes, o ambiente do projeto em constante mudança de projetos apresenta uma série de desafios que apenas verdadeiros líderes podem enfrentar. A multiplicidade de stakeholders coloca as habilidades políticas em teste, e a ausência de linhas de informação sólidas requer fortes habilidades de comunicação e influência a fim de entregar resultados com sucesso.
Gerentes de Projeto, portanto, têm uma melhor oportunidade de adquirir fortes habilidades de liderança através do constante treinamento no trabalho, e não é incomum para gerentes de projeto seniores e com muita experiência mudarem para cargos de gestão de alto nível. No entanto, no final, a liderança permanece uma constante jornada, e requer, além do ambiente ideal, a vontade de constante autorreflexão e automelhoria.
Autora: Inken Lasar - Consultora de estratégia de negócios com mais de 13 anos de experiência.
Artigo publicado originalmente no site Stakeholdernews