Liderança eficaz em tempos de adversidade
Quando falamos em liderança eficaz, estamos necessariamente falando de entrega de resultados e alcance de metas. Mas, como fazer isso no momento que o país vive, com uma grave recessão econômica que afeta todos os setores, tornando a obtenção de bons resultados tarefa mais desafiadora? Este artigo busca destacar algumas recomendações para que as organizações e os seus líderes percorram esse caminho com mais assertividade e sucesso, gerando vantagens competitivas para o seu negócio.
Uma organização que possui um forte sistema de liderança, que valoriza e investe no conhecimento técnico e no método gerencial, apresenta um processo mais efetivo, pois promove o engajamento de todos na luta pelos resultados, ao mesmo tempo em que gera conhecimento e aprendizado. A chance de uma organização com esses atributos sair da crise mais fortalecida é grande, sendo a liderança fator decisivo, pois direciona e alinha os esforços e recursos na busca dos resultados necessários para a sua sobrevivência.
Apesar de desafiador, o cenário atual não altera o conteúdo da liderança que é: alcançar metas, em conjunto com suas equipes, com atitudes afinadas com os valores e a cultura da organização. Para que a liderança possa ser exercida, qualquer que seja o contexto, as organizações precisam estabelecer processos e políticas que possibilitem aos líderes a condução do processo de gestão (alcance de metas), engajando as pessoas (com o time) e direcionando o caminho (da forma certa).
Dentro desse modelo, é papel do líder plantar o desejo, ou seja, colocar a meta no coração das pessoas. Não há outra saída. É assim que conseguirá inspirar a cada um a fazer o seu melhor na busca pelos resultados. Trabalhando em conjunto com a sua equipe, o líder deve ir em busca do novo e do desconhecido para superar os desafios que se apresentam, mas sempre com método, informação e análise de dados. É importante trazer à discussão conhecimentos específicos sobre os temas debatidos, para que se tenha planos de ação robustos e decisões tomadas à base de reflexão e estratégia. Estes planos devem ser implementados e gerenciados com bastante disciplina, observando os prazos estabelecidos. A procrastinação é palavra (e atitude) proibida nesse contexto.
Assim, estar junto da equipe, desenvolvendo constantemente o senso de urgência e a “atitude de dono” de cada um, de forma a ter agilidade de implementação e de resposta às mudanças econômicas e do setor, é crucial para o alcance dos resultados. Nesse sentido, é importante também comunicar bem os desafios internos e externos, metas, ações e resultados. As pessoas precisam entender sua conexão com o resultado final da organização.
Logo após a definição e o desdobramento das metas e elaboração dos planos de ação, uma prática fundamental que o líder precisa estabelecer é a implementação da gestão de resultados de forma periódica e sistemática. Deve ser estabelecida a dinâmica e o calendário de encontros, para que seja possível analisar com honestidade intelectual os resultados versus as metas. Essas reuniões devem ser baseadas em fatos e dados, incluindo a participação do time na discussão de ações corretivas.
Somente com transparência e franqueza na análise dos resultados e proposição de novas ações é que desvios podem ser revertidos. Nesse caso, o papel da liderança é fundamental. Não é momento de justificar um resultado ruim, colocar a culpa na crise e, sim, de descobrir as causas e propor ações corretivas, pensando diferente e atuando de forma criativa. Uma boa prática é a criação de grupos específicos para atuarem focados em problemas críticos, de forma que os planos de ação possam ser aprofundados e enriquecidos com novos conhecimentos, caminhos e ações.
Alguns passos importantes podem auxiliar o líder na busca pelos resultados:
1) Avalie as metas essenciais e a distância até o resultado projetado para o ano (ex.: receita, custos e despesas, quebras, perdas e geração de caixa);
2) Defina ações de comunicação para obter engajamento;
3) Estabeleça grupos de melhorias para problemas específicos e dê suporte – participe das análises e proposição de ações, auxiliando o time com método e conhecimento técnico sempre que necessário;
4) Tenha a mente aberta para ações criativas e reflita sobre o modelo de negócio praticado e as tendências de mercado;
5) Estruture e tenha disciplina na condução das dinâmicas de controle e captura de resultados, não aceitando justificativas;
6) Audite e atue continuamente no controle de despesas e custos, pois descuidos podem ser críticos para o setor;
7) Promova crescimento e aprendizado para o time, com clima agradável e colaborativo, alinhado aos valores e a cultura da organização.
Não existe bala de prata para a solução dos problemas atuais. As organizações, por meio das suas lideranças e times, precisam estabelecer o desafio a ser buscado por meio das metas, definir o caminho (com um bom plano) e ter disciplina e agilidade na tomada de decisões. Temos ajudado diversas organizações nesse sentido e os resultados sempre aparecem.
Texto publicado na edição especial de junho da revista Super Varejo.
Autor: Izabela Murici, da FALCONI.
Imagem: Divulgação.